Samuel Costa- “Sem Nome”.

1 (2)

sem nome

A rua é a casa. A escadaria, o sofá. O latão de margarina, o panelão.
O ensopado de suan de porco, o prato principal. A vaquinha pra comprar o rango,
é a banca. O grupo formado nas ruas, a família. O combustível, cachaça.

11


12


2-2


No primeiro encontro, o estranhamento. Magrão, desconfiado, disse:
Sai vazado! O fotógrafo, teimoso, não acatou. Insistiu, fez um presente.
Com uma câmera de filme, capturou os primeiros registros do grupo que se encontra, dorme,
cozinha, mora e confraterniza na escadaria do prédio Sulacap, com vista para o viaduto de Santa Tereza, no Centro de BH.

3

4

5

6

7    8

O ano era 2014. As primeiras 11 fotos foram ampliadas e entregues a cada um deles. Daí nasceu a confiança, e a brodagem.
Eles, fraternos, dividiram a comida. Umas dez vezes

.9


Nas fotos, o cotidiano. A luz retida, ampliada, escondida, paralisada.
Os personagens continuam em movimento.
10

Existe amor em BH.
Fotos Samuel Costa
Texto Bruno Moreno
Acompanhe o trabalho no site: www.samuelcostafoto.com
Quem quiser visualizar o projeto no youtube, o link é esse.

José Bezerra – “Instantes da Infância”

“Dentro deste trabalho documental procuro inserir arte. Desde a concepção de alguns registros até as que há lugares que o tempo é estático. Quase o mesmo de outrora. Mas ainda assim com sua particularidade temporal.”-  José Bezerra

Natural de Mossoró Rio Grande do Norte, José Bezerra tem 33 anos, 7 deles dedicados a fotografia.

1

Sou José Bezerra, tenho 33 anos. Sete deles dedicado a fotografia. Nasci no interior do Rio Grande do Norte, na cidade de Mossoró. Comecei como a maioria dos fotógrafos, registrando paisagens dentro de uma ótica turista. Através do miksang puder desenvolver um olhar contemplativo. Estudei por dois anos a arte do miksang (fotografia contemplativa)  onde posteriormente incorporei a fotografia documental em sua essência.

3

4

2

5

Vivenciar experiências reais e tentar figurá-las através da fotografia é o cerne deste trabalho documental. Através destas experiências com minha própria cultura pude conhecer um mundo totalmente novo, onde o que pude ver estava distante do que me foi apresentado. E nestas investidas pelo mundo imagético, desenvolvo alguns temas. Dentre eles há um especial. “Instantes da infância” foi o nome que encontrei para ajuntar registros que de certo nos arremeta a sensações bem específicas, mas que a maior parte de nós sentiu de algum modo e num dado grau.

6

Do olhar de criança, as suas fraternidades, os novos códigos e gírias dentro de um mesmo mundo, coletivo, em mudanças. Nestes olhares está os personagens do futuro, o amanhã. Em seus códigos, as novas leis. O que é válido. Este olhar documental é um fragmento de outros pensamentos acerca das análises feitas nestas comunidades.As composições deste ensaio foram alcançadas através de uma conexão com os lugares e pessoas. Tratar o contexto com intimidade permite ao fotógrafo documental expressar-se de maneira mais próxima, sem ser invasivo ou desconfortável. Em alguns cenários usei somente linhas simples com texturas diversificadas, a fim de alcançar simetria e volume à cena



9

10

De repente somos levados a crer que infância é infância, e todos são “a mesma coisa”. Este tipo de pensamento só reforça o fato de que muitos de nós esqueceu a realidade que cerceia os infantes. Tentar observar o mundo através do olhar de uma criança é principalmente voltar a ser uma. Simplificar as análises e rever os conceitos incoerentes é só algumas das vantagens de pensar como criança, aproveitando a experiência da meia idade.

12

13

14

15

As composições deste ensaio foram alcançadas através de uma conexão com os lugares e pessoas. Tratar o contexto com intimidade permite ao fotógrafo documental expressar-se de maneira mais próxima, sem ser invasivo ou desconfortável. Em alguns cenários usei somente linhas simples com texturas diversificadas, a fim de alcançar simetria e volume à cena.

Particularmente possuo grande afeição por algumas das fotografias contidas neste ensaio. Importante frisar que em algumas destas atingi picos dramáticos de humor. Um choro discreto, mas inevitável. Seja por reviver a cena que ocorrera comigo ou compreender melhor certas lógicas da mente infantil.


18

19

20


22

23

24

26


28

7

16

José Bezzera possui fotos publicadas no site olhares.com quem quiser dar uma olhada no trabalho dele é só passar por lá

http://olhares.sapo.pt/jb_segundo/

Mais uma contribuição aqui no Blog para que possamos olhar um pouco mais fotografia,ver fotografia, conhecer fotógrafos e interagir, valeu José Bezerra pelo trabalho maravilhoso que postou aqui. Sucesso!!!!!

Rodrigo Lima- O Duelo de Mc’s

Ao meu ver a grande recompensa do fotografo não é apenas  ter a oportunidade registrar uma boa imagem, mas sim ter a chance de viver experiências que não fazem parte do seu mundo.

Desta forma, como uma desculpa, um pretexto, pego minha câmera e vou atrás de historias, personagens dos quais eu não faço parte.

Chego como se fosse mais um. Calado, me infiltro e vou desvendando aquele emaranhado desconhecido. Aos poucos, converso com um, outro e quando menos espero, clique! Esta lá  registrada a imagem.

Assim é, dia após dia, foto após foto, historia após história , a incansável tentativa de captar aquele instante o qual jamais se repetirá.

Nas fotos divido um pouco da minha estada ao meio dos grandes guerreiros do Duelo de MC`s.

6 5 3 2 4 1 7 8

Rodrigo Lima é formado em Jornalismo em fotografia pelo SENAC/SP. Seu trabalho está escorado na fotografia documental e no fotojornalismo. Ao longo de 14 anos de carreira acumulou diversos prêmios nacionais e internacionais. Participou de exposições no Brasil, Argentina, Alemanha e Portugal. Seu trabalho foi publicado no livro O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro – Editora Europa. É colaborador da Agência Nitro, Banco de imagens Istok da Getty Image e de veículos da grande imprensa como: Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Época, Isto É, Pequenas Empresas Grandes Negócios, Exame, Valor Econômico, UOL, dentre outros. Recentemente juntamente com os fotógrafos Pedro Gontijo e Rafael Motta, fundaram Patuá Imagens, aonde emprega toda vasta experiência na documentação fotografia de Casamentos.

Quem quiser ver mais do atual trabalho de Rodrigo Lima é só entrar no site www.patuaimagens.com.br

Valeu Rodrigão pela sua contribuição aqui. Sucesso!!!!!
_MG_5015

Jorge Quintão- Jangurussu/CE

Jangurussu – Fortaleza/CE

Em 2007 tive a oportunidade de viajar a Fortaleza, juntamente com uma equipe de gringos que iriam rodar um comercial para uma ONG internacional atuante no Brasil, responsável por apadrinhamento de crianças.
Já nas primeiras horas na cidade fomos diretamente para uma reunião e em seguida seguimos para uma unidade da ONG próxima ao aterro de Jangurussu, localizada em uma das regiões mais violentas de Fortaleza. O objetivo era o reconhecimento das locações e o encontro com alguns personagens para conhecer as suas histórias. Fui apresentado a algumas famílias e o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de crianças que brincavam no lixão próximo aos barracos.
Nos outros 15 dias que se seguiram, com mais tranquilidade após um estranhamento com traficantes da área, retornei ao lixão para fotografar as famílias e sobretudo as crianças. Sob um sol escaldante, que facilmente ultrapassava os 40º C, encontrei alguns personagens como o Sr. Joaquim, que vivia com sua esposa em um barraco construído com objetos retirados do lixo. Tiveram 12 filhos, dos quais 4 deles acabaram morrendo por problemas de saúde, provavelmente devido à falta de condições mínimas de saneamento básico.
Como fotojornalista, sempre me preocupei com a influência do meu ponto de vista em relação aos fatos que eu presenciava. Como o meu olhar poderia  ser isento em uma situação dessas? Me preocupava muito em não produzir imagens muito contundentes, pois se tratava da minha percepção e não a daquelas pessoas que ali viviam. Isso porque a experiência que eu estava tendo era a pior possível, sobretudo por ver aquelas pessoas miseráveis, tirando seu sustento com muita dificuldade. Estranhamente a gente daquele lugar, sobretudo as crianças, não tinham esta percepção. É óbvio que as dificuldades existiam, as mortes por doenças, as situações de violência, a miséria, mas ao mesmo tempo, eu percebia que pelo ponto de vista das crianças, aquele lugar parecia um grande parque de diversões, cheio de possibilidades para brincar. Através da inocência própria da idade, dezenas de olhos extremamente atentos se divertiam e, ao mesmo tempo, ganhavam anos de vida ao ajudarem suas famílias a garimpar o lixo.
Aquilo tudo para mim era totalmente contraditório: o que eu via e como eles se sentiam. Essa dualidade me fazia refletir sobre o meu papel de documentarista. E aí eu me lembrava muito da fala do mestre João Roberto Ripper que, ao retratar famílias em condições de escravidão em uma fazenda de carvão e, apesar de todo o sofrimento daquelas pessoas, ele optou por direcionar as lentes para as relações humanas que ainda existiam, enaltecendo o amor e o carinho, apesar das condições péssimas de sobrevivência e de toda dificuldade. Aquelas pessoas estavam totalmente adaptadas ao lugar e, por mais que houvessem dificuldades, havia um laço que os mantinham unidos.
Tentando entender isso, passei a fotografar a as crianças e as suas brincadeiras. Talvez uma maneira que encontrei para dar conta daquela situação, que para mim era terrível.
Algum tempo depois fiquei sabendo que todas as famílias da região foram realocadas para áreas urbanas e que em 2009 o lixão foi desativado por completo, dando lugar a uma área de preservação natural.
Não tive a oportunidade de retornar a Fortaleza para saber como aquelas pessoas estão, mas ao rever as imagens penso em como está cada criança daquele lugar.
Esta experiência direcionou o meu trabalho que desenvolvo como documentarista e posso dizer que tem influência muito grande na criação do Imaginário Coletivo (www.imaginariocoletivo.org), projeto ao qual desenvolvo e ensino fotografia a jovens em situação de risco social como forma de empoderá-los e melhorar a autoestima.
jangurussu-Jorge_Quintao (1) jangurussu-Jorge_Quintao (2) jangurussu-Jorge_Quintao (3) jangurussu-Jorge_Quintao (4) jangurussu-Jorge_Quintao (5) jangurussu-Jorge_Quintao (6) jangurussu-Jorge_Quintao (7) jangurussu-Jorge_Quintao (8) jangurussu-Jorge_Quintao (11) jangurussu-Jorge_Quintao (13)
Quem quiser ver mais do trabalho do fotógrafo e fotodocumentarista Jorge Quintão pode acessar o site
Fotógrafo autodidata, especializado em fotodocumentarismo
Graduado em Engenharia Industrial Mecânica pelo CEFET/MG
Pos-graduado em Linguagem e Tecnologia (Letras)
Mestre em Estudos de Linguagens (Letras) pelo CEFET/MG
Idealizador, gestor, professor e curador do Imaginário Coletivo (www.imaginariocoletivo.org)
Professor – Produção em Ambientes Digitais – CEFET/MG
Professor – Computação Gráfica – CEFET/MG
Exposições:
2014 –  4º Festival de Fotografia de Tiradentes – Foto em Pauta – Fotografia Mineira Contemporânea – Exposição “Em Desencanto” – Curadoria: João Castilho e Pedro David – Ensaio: des(apego) – Mostra Coletiva
2014 – Exposição Pedro Pedreiro – Tijolo com tijolo num desenho lógico – MUQUIFU Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos – 8ª Primavera dos Museus –  Mostra Coletiva  – Belo Horizonte/MG
2014 – Mostra coletiva itinerante do MUQUIFU – Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos – “Esperança: a vila que nunca existiu“ e “Muro, o lado de cá” – Palazzo Liviano, em Pádua – Itália
2013 – Exposição I Concurso SESC de Fotografia – Categoria Profissional – Mostra Coletiva – SESC Cultural JK – BH/MG
Prêmios:
2009/2010/2011/2014 – Prêmio Parceiros da Escola Integrada – Categoria Pessoa Física – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
2013 – Prêmio SESC/MG de fotografia – Categoria Profissional  – SESC Minas Gerais
2013 – Prêmio ANU Dourado – CUFA – Central Única das Favelas
2011 – Prêmio Bom Exemplo – Categoria Cidadania – Rede Globo Minas, Jornal O Tempo, Fundação Dom Cabral
Curadoria:
2014 – Exposição Pedro Pedreiro – Tijolo com tijolo num desenho lógico – MUQUIFU – Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos – Projeto Imaginário Coletivo
2014 – Exposição Fendas – Projeto Imaginário Coletivo – SESC Venda Nova – Belo Horizonte/MG;
2014 – Exposição Deslocamentos – Projeto Imaginário Coletivo – 1ª Mostra de Arte e Cultura Negra – Secretaria Municipal de Educação – Belo Horizonte/MG
2013 – Exposição Olhares da Serra III – Projeto Olhares em Foco – Aglomerado da Serra – Belo Horizonte/MG
2013 – Exposição Continuum – Projeto Imaginário Coletivo – Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves – Belo Horizonte/MG
2012 – TEDx Belo Horizonte – Projeto Imaginário Coletivo – Espaço 104 – Belo Horizonte/MG
2011 – Projeto Olhar Coletivo – Centro Cultural Salgado Filho – Belo Horizonte/MG

2010 – Projeto Olhar Coletivo – Meu Morro é Assim – Biblioteca Pública Luiz de Bessa – Praça da Liberdade – Belo Horizonte/MG

Auremar de Castro- “Fotografar é perceber, criar e ter propósitos.

Acordei cedo para ir ao dentista. Estava chovendo forte. Estranho; em pleno junho mês que raramente chove, ainda mais num ano de forte estiagem no País. Um dia interessante!
Peguei minha câmera para fazer umas fotos. Vícios do jornalismo.  Eram 7 horas,  fui de carona para o centro com meu filho. Ele me deixou na Praça 7. No local, a chuva estava intensa. Sai do carro e corri para debaixo de uma marquise. Lembrei-me que aquele prédio possuí uma sacada que contorna todo o edifício. Subi a escada e cheguei no  balcão. De  lá, podia avistar totalmente a praça e as ruas laterais. O movimento de pedestres  e veículos era frenético. Era a pressa para chegar ao trabalho. O trânsito estava angustiante e entravado para os circulantes.
Fotógrafos,  geralmente, não gostam de  trabalhar sob chuvas. Não era o meu caso. A  chuva que caia na avenida provocava um  lustre na superfície já limpa do piso. As variadas sombrinhas coloridas e os guarda- chuvas negros, em um plano mais alto, refletiam uma luz densa com um brilho de cor pura e delicada.
 Na dinâmica da paisagem, destacava-se o movimento impaciente das sombrinhas que disputam espaço para atingir – ligeiramente – seus destinos. A câmara captava um enorme tecido estampado com círculos coloridos e negros , que se deslocavam em sentidos variados, confusos e sem se preocupar com  ordens impostas.   Um alvoroço cromático.
Chuva 1 Chuva 2 Chuva 3 Chuva 4 Chuva 5 Chuva 6 Chuva 7 Chuva 8
Auremar de Castro– Em 1970, fui visitar o laboratório fotográfico de amigo e vizinho. A luz era vermelha. Numa folha de papel branca ele projeta uma luz e, em seguida, a mergulha numa bandeja com um líquido químico. De repente, começa surgir uma imagem. Fiquei fascinado e pensei eu quero aprender essa mágica. Não tinha grana. Um ex-colega de escola e vizinho me empresta o hobby que seu pai abandonara e ele herdou. Pode levar tudo. Material fotográfico e laboratório completo. Montei tudo numa área de serviço de minha casa,
Um colega de sala me conseguiu um estágio na redação como repórter no Jornal do Brasil. Foi uma picada na minha veia. Deslumbrei com jornalismo.
Do JB fui para VEJA depois para o Placar e a Isto é. Nos intervalos de um emprego para outro trabalhei em outras empresas. Fiz muito free lancer , Folha, Estadão, Globo e mais o que aparecia. Em 1986 criamos a Agência Geraes de Fotografia. Os sócios eram o Cláudio Versiani, Gladstone Campos, Eugênio Sávio, Sérgio Falci e o Auremar de Castro. Em 1989, fui Subeditor do Hoje em dia, em l993 Editor do Estado de Minas e depois fotógrafo especial, Em 2008 me aposentei. Agora só fotografo para mim.
Nunca fiz una exposição individual e não editei livro, apenas participei projetos coletivos. Ganhei alguns prêmios. Paro os fotojornalistas o mais importante é publicar fotos. Fotos na imprensa podem ser apreciadas por milhares de pessoas, aqui, no Brasil e no mundo. São exposições e livros sem fim. Fui um profissional dedicado e tive sorte. Agradeço aos que ajudaram e foram muitos. Adorei minha profissão e rezo para ela não acabar. Tive a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas e gosto delas todas. Obrigado.

O Campo de refugiados curdo sírio Yibo por Ricardo Bastos- ” Me rendi ao choro de um adulto que não consegue entender tamanha maldade com essas crianças inocentes”.

Hoje no Blog trago com muita honra o relato do Fotojornalista Ricardo Bastos, também conhecido como RB. Um osbstinado pela pauta. Um estudioso da fotografia, um fotógrafo incansável. Não vou dizer mais nada, o que dizer de um fotografo que enfrentou vários obstáculos para fotografar essas crianças nesse Campo de Refugiados na Turquia? Basta ler e admirar as imagens. Uma linda história de amor pela fotografia. 

“Hoje está sendo o dia mais muito triste na minha viagem, estou fotografando faz dois dias o campo de refugiados curdo sírio Yibo. Pelo problema da língua sou obrigado a usar uma técnica que aprendi faz muito tempo : o olhar. Simplesmente estou diante das crianças mais inofensivas do mundo, estão aqui pelo destino que foram impostas pela total irresponsabilidade dos adultos, que guerrilham entre eles na certeza que o mundo pertence somente aos seus interesses. São crianças dilaceradas de uma guerra sem fim e sem escrúpulos atribuída pelo cruel Estado Islâmico.

Nesse campo de refugiados Yabo vivem cerca de oito mil pessoas, sendo que a grande maioria é de crianças. Elas vivem o dia inteiro sem nenhum tipo de recreação ou mesmo alguém para educarem, correm de lado para outro fazendo todos tipos de brincadeiras, usam brinquedos que eles mesmos constroem numa inocência de como se nada tivesse acontecido.

Num lugar mais reservado, ao fundo das barracas tem uma ala de crianças que perderam os pais mortos na guerra ou mesmo se perderam de seus responsáveis durante a fuga de suas cidades destruídas. São centenas que são identificadas por números pois chegaram muito novas sem documentos e nem sabe ao menos seus nomes de batizado e nem suas idades.

Se me perguntar como fazia para fazer as fotos das crianças respondo sem saber como tudo foi possível, onde eu ia elas iam atrás, batiam a mão no peito e apontavam os amiguinhos na tentativa de me ensinar seus nomes, da mesma maneira batiam a mão no meu peito me perguntavam qual era meu nome, dai escrevi RB no chão empoeirado e eles começaram a me chamar de RB. Foi a coisa mais sensacional que aconteceu comigo nesses últimos anos, centenas de crianças me chamavam para eu fazer as fotos, foi muito fácil fotografa-las.

Sou fotojornalista faz muito tempo, tenho experiências que mexeram com meu ser , como profissional já cobri milhares de matérias com frieza de um fotógrafo que registra e mostra seu trabalho enquanto realidade. Mas hoje me rendi ao choro de um adulto que não consegue entender tamanha maldade com essas crianças inocentes.

São mais de um milhão de crianças espalhadas em 150 campos de refugiados nos 800 km da fronteira Turquia com a Síria.

“Fico triste por não poder fazer nada. Peço ao nosso grande Allah que proteja essas inocentes crianças que não tem culpa de nascerem curdas. Fico por aqui com olhos cheios de lágrimas na esperança que essa maldita guerra acabe e que essas crianças possam ter oportunidade de uma vida alegre pois criança nasceu para ser feliz …..”13261_934722713205468_3203822215121708291_n 63442_935081689836237_625429020047344781_n 560201_935078299836576_1011669388829921469_n 1012958_934282003249539_7134257812121825675_n 1609967_934831929861213_2884994874792111634_n 1653994_934832853194454_3506415980394649541_n 1779061_934727206538352_4034858297215755060_n 1932404_934270169917389_5676381716680873353_n 10256805_934816466529426_6777958261580183590_n 10346620_934265696584503_5543538075925161537_n 10365827_934828653194874_2551206052053733380_n 10384466_934729273204812_2674331873236554652_n 10393874_935079213169818_8679386236687034900_n 10420256_935079586503114_7855194917245581087_n 10425487_934732799871126_7760505914727581261_n 10426265_934257309918675_3673853699847457601_n 10426701_934824969861909_2766416017047994833_n 10429330_934834233194316_5803598058270830675_n 10523999_934734819870924_65465726855290395_n 10614251_935079243169815_8753354550306321772_n 10675603_934729389871467_8989919790289157490_n 10696467_934271033250636_1063225982112745632_n 10704069_934720113205728_3194172356429521074_n 10731039_934277896583283_8754962624848237895_n 10733964_934268149917591_5457869592389072638_n 10734004_935081196502953_7191880172149577992_n

Experiência Profissional
Fotojornalista
Jornal Hoje em Dia (Atual)
Professor de Fotojornalismo
Faculdade Newton Paiva (2012)
Professor “Pós gradução” em Fotografia, Linguagem, Técnica e Mídia
UNA (2012)
Professor de Fotojornalismo
Escola de Fotografia : Techimage
Professor “Extensão” : Fotografia de Moda
UNA – (2010)
Professor de Fotojornalismo
Unipac – (2010)
Professor de Fotografia Publicidade e Propaganda
Faculdade Estácio de Sá – (2003 – 2009)
Professor de Fotografia Jornalismo
Faculdade EStácio de Sá – (2003 – 2009)
Professor de Fotografia Aplicada á Relação Pública (2001 – 2003)
UNI-BH – Centro Universitário de Belo Horizonte
Professor de Fundamentos de Multimídia
UNI-BH – Centro Universitário de Belo Horizonte (2001 – 2003)
Atualmente presto serviços profissionais como fotógrafo free-lancer para empresas de comunicação e agências de propaganda e publicidade destacando -> Jornal Estado de Minas, Jornal Pampulha, Petrobras, Banco do Brasil , Itambé, Árvore da Vida, FIAT, TIM,CDM, Coca Cola, Fiocruz, Comida de Buteco , Santa Cruz Acabamentos entre outras

Síntese das qualificações
Photographer Workshop – Curso de Fotografia – Londres
Televariation – Produção para Cinema e Televisão – Londres
The English Photographer´s Workshop – Londres Inglaterra
Ilford Workshop – Oxford Inglaterra
FNAC – Workshop Fashion Photography – Helmut Newton – Paris França
EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS
2003 – “Itinga, o vale da fome – Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
2004 – “Postales de Cusco – Faculdade de Ensino Superior Estácio de Sá – FESBH
2004 – “El camino hasta el imperio Inca – Galeria Cultural Nigiri
2005 – “Cuba, mi Cuba” – Faculdade de Ensino Superior Estácio de Sá – FESBH
2006 – “Filhos da Amazônia” – Galeria Cultural Agosto
2007 – “Carcará de Aracati” – Faculdade de Ensino Superior Estácio de Sá – FESBH
2008 – “Currais de Bitupitá” – Faculdade de Ensino Superior Estácio de Sá – FESBH
2009 – “Twenty years ago” – Soli arte, decoração e design – Belo Horiznte – MG
2009 – “Twenty years ago” – Café com Letras – Belo Horiznte – MG
2010 – “Twenty years ago” – Agosto Butequim – Belo Horiznte – MG
2010 – “Primavera em festa” – Cantina do Gordo – Catas Altas – MG
2011 – “Twenty years ago”- Lavras Novas – MG
2012 – ” Nnew york as an eyewitness”- ICP (International Center of Photography) – Nova York NY USA.

2013 – “To my father”- Livraria Mineiriana – Belo Horizonte MG Brasil

403500_451208621556882_1238008430_n

Ricardo Bastos, o RB 2014. Quem quiser ver mais um pouco do primoroso trabalho do Ricardo Bastos basta entrar no site

www. ricardobastos.com.br

Mais uma vez agradeço ao Ricardo RB, um amigo por ter contribuído para este post e para que outras pessoas possam ler esse relato e ver esse trabalho de primeira, digno dos grandes fotojornalistas como RB.

Alisson Gontijo – Do Fotojornalismo ao Autoral.

Desde de criança fui apaixonado por fotografia mas foi no final da conclusão do curso de jornalismo quando participei e ganhei um concurso realizado pelo Governo de Minas que decidi que ela faria parte da minha vida. Após a conclusão do meu curso jornalismo fui fazer pós graduação em Cinema em Belo Horizonte e após passar em um processo de seleção fui trabalhar como repórter fotográfico na Sempre Editora dos jornais O Tempo, Super Notícias e Pampulha. Lá vivi intensamente a fotografia durante 3 anos, foram várias imagens publicadas em jornais e revistas do Brasil através de agências parceiras. No final de 2012 resolvi a dedicar a trabalhos autorais e foi aí que tive a oportunidade de ganhar e participar de vários concursos e exposições nacionais e internacionais. O que me leva a fotografar hoje é a possibilidade de expressar a minha visão do mundo, conhecer histórias, pessoas, lugares. Essa mágica de congelar um instante único de diferentes interpretações. Sou muito grato a fotografia pois ela me deu possibilidade de conhecer lugares e pessoas que marcaram minha vida. O projeto agora é um livro que está caminhando para quem sabe no final de 2015.

Alisson Gontijo é natural de Moema – MG , tem31 anos  e é Formado em Jornalismo pela Puc Minas e Pós-Graduado em Cinema, Televisão e Novas Mídias pela Una-BH.

agua agua2 agua3 capo2 capoeira expressoes expressoes2 fute fute2 fute3 mocambos mocambos2

mocambos3 sao francisco sao2 sao3 sao4 semeando semeando2

Concursos e Prêmios:

Comunicador do Futuro – 2008

Abralatas de fotografia – 2010

Fotografe o Brasil – Getty images – 2013

Concurso Futebol Canon – 2013

Agricultures Network – 2014

Friedrich Naumann – 2014

Exposições:

Fotojornalismo Mineiro – Oi Futuro –BH

Ginga nas alturas – Museu do Som e Imagem – SP

*Expressões Faciais – Portugal

*New Holland de Jornalismo – América do Sul

*Futebol – Sesc Porto Alegre

Futebol – Casa do Jornalista – BH

*Agricultures Network – Holanda

A Copa no Brasil – Alemanha

Mostra Futebol BR – SP

*obs. Exposições que estão acontecendo.

Alisson esta com o site em fase de finalização mas quem quiser dar uma olhada no trabalho dele é só acessar  www.alissongontijo.com.

perfilalisson

Valeu grande Alisson pela moral e por poder dividir com a gente seu trabalho e sua trajetória na fotografia. Sucesso!!!!

Teresópolis a Tragédia

Enquanto acabo de finalizar o próximo post, queria compartilhar aqui no Blog um trabalho que muitos já viram, mas creio que muitos não viram também. Em janeiro de 2010  uma tragédia  se abateu sobre a cidade de Teresópolis na região serrana do Rio de Janeiro. A chuva torrencial deixou Teresópolis debaixo d água e pedras. Assim que soube da tragédia pensei em ir pra lá para poder registrar aquilo. Peguei o telefone liguei para meu amigo fotojornalista dos bons Rodrigo Lima e também para meu amigo Victor Schwaner fotógrafo de primeira e perguntei a eles se podíamos sair na madrugada de caro rumo a Teresópolis. Tudo acertado, todos concordaram e todos toparam a empreitada Sabíamos que iriamos enfrentar uma barra pesada. Pegamos a estrada e registramos a tragédia.   Uma liçao de cobertura que não iremos esquecer.  Posto aqui parte desse material que fizemos por lá. Valeu Rodrigão e Vitinho essa cobertura sei que não vamos esquecer!

 2 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Marlon de Paula. “Fotografam-se coisas para expulsá-las do espírito”

Neste Post, apresento para quem não o conhece ( acho que são poucos) meu  amigo o “inquieto” Marlon de Paula. Residindo na minha cidade natal de São João Del Rei e cursando Jornalismo na UFSJ nasce do olhar de Marlon um momento de perturbações e crises psicológicas profundas que se refletem na sua fotografia inconfundível.  Um trabalho que transcende o fotojornalismo e funde sua essência como forma de expressão com o mundo.  Marlon de Paula é um desses que, muito cedo (não leia-se amador) , já nasceu  com a idéia de que a fotografia aderiu de vez à maneira como ele se coloca no mundo e como se  manifesta sua existência sobre as coisas.

 Marlon de Paula

Tenho 21 anos de idade e nasci na cidade mineira de Timóteo. Atualmente resido em São João del Rei, onde curso Jornalismo e desenvolvo alguns trabalhos voltados para fotojornalismo. Mas o que me ocupa o tempo são as pesquisas em torno da fotografia autoral, lugar que me permite explorar uma linguagem mais permissiva e livre. Tenho algumas séries publicadas em alguns sites e blogs no Brasil e exterior, o que  me ajuda divulgar um pouco o meu trabalho.         a b c d Descoberta 01 Descoberta 02 descoberta 03 descoberta 04 Descoberta e PÉS NO CHÃO 01 PÉS NO CHÃO 02 PÉS NO CHÃO 03 PÉS NO CHÃO 04 PÉS NO CHÃO 05 PÉS NO CHÃO 06

Atualmente venho desenvolvendo pesquisas relacionadas à fotoperformance e experimentações corporais e em breve estarei realizando uma exposição para divulgação deste recente trabalho. Em sintonia com isto, realizo trabalhos no Coletivo Cultural em São João del-Rei e dentro do jornal laboratório da universidade onde curso jornalismo.

Meu site: marlondepaula.46graus.com

foto perfil

Nossa primeira colaboração: Guilherme Bergamini- Série Educação para Todos

Guilherme Bergamini tem 36 anos de idade e nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Formado em Jornalismo há 10 anos, trabalha com fotografia há um bom tempo. Com essa arte, Bergamini procura expressar suas vivências pessoais, visão de mundo e angústias. Apaixonado pela fotografia desde a infância, Guilherme é um entusiasta e curioso pelas novas possibilidades contemporâneas que esta técnica permite. Crítico e persistente, o artista tem a fotografia como meio de crítica política e social. Premiado em concursos nacionais, participou de festivais e exposições coletivas e individuais, além de ter fotos publicadas em diferentes veículos de comunicação brasileiros. Em seu site, publica parte de seu percurso fotográfico.

Educação para todos é uma crítica visual sobre a educação no Brasil. Realizado em 2014 em uma escola estadual de Belo Horizonte, seu anonimato é parte integrante desta série, pois questiona-se a educação como um todo e não apenas um aspecto isolado.  São 14 fotografias que compõem essa Série.

001_Guilherme_Bergamini003_Guilherme_Bergamini004_Guilherme_Bergamini002_Guilherme_Bergamini006_Guilherme_Bergamini007_Guilherme_Bergamini008_Guilherme_Bergamini009_Guilherme_Bergamini010_Guilherme_Bergamini011_Guilherme_Bergamini012_Guilherme_Bergamini013_Guilherme_Bergamini014_Guilherme_Bergamini005_Guilherme_Bergamini<

Educar é conquistar novos horizontes, novas possibilidades de vida, mais digna e justa. Conhecimento abre portas e rompe fronteiras, permitindo que nossos sonhos e desejos sejam realizados. Não investir em educação é perpetuar a ignorância, o domínio de uma minoria perante a maioria. Informação é poder de escolha, é saber definir quem irá proporcionar o crescimento de uma nação, a igualdade entre os povos e a soberania de um Estado. O País que não educa permanece estagnado, sem horizontes e fadado ao fracasso. Estudar é alcançar novos mundos, com a certeza de um horizonte justo, igualitário e fraterno. Uma democracia consolidada para todos.
Para 2015 as expectativas são animadoras. Darei continuidade em alguns trabalhos importantes.
Um deles é finalizar a série que desenvolvo sobre os cronistas visuais de Belo Horizonte.
Os fotógrafos lambe-lambe encontram-se atualmente apenas no Parque Municipal. É lamentável ver a cada dia a diminuição do número de profissionais e a falta de subsídios do poder público, principalmente em um momento impar. No ano de 2012 a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte concluiu junto ao IEPHA, o processo de registro do ofício do fotógrafo lambe-lambe como bem cultural imaterial, titulados como patrimônio imaterial da cidade.
O custo elevado para se produzir uma fotografia e a concorrência da tecnologia digital, principalmente os celulares vem a cada dia diminuindo a frequência dos fotógrafos no parque. O que antes era uma constante encontrá-los, hoje cada vez mais nossos cronistas ou documentarias da memória visual de Belo Horizonte estão seguindo o caminho do esquecimento.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho de Guilherme Bergamini é só acessar o site http://www.guilhermebergamini.com

Queria agradecer ao Guilherme que mesmo viajando me atendeu prontamente e me mandou essa Serie maravilhosa, um trabalho primoroso que deu o start aqui no nosso humilde BLOG. Que venha o próximo convidado…..
Abs
Emmanuel Pinheiro.